domingo, 14 de fevereiro de 2010

''Minha amiga imaginaria''

Puxa! Aquela minha amiga imaginária era demais. Ela era corajosa, enfrentava qualquer desafio; foi ela quem me incentivou a enfrentar meu medo de altura, e era ela quem me ajudava a perambular pela casa no escuro. a mulher sabia tudo, me ensinava coisa úteis, me contava piadas e histórias pra eu dormir. Às vezes ela era meu pai e, sempre que eu pisava na bola, me dava uma lição de moral ou um conselho útil (algo como: “fuja para as colinas!”). Éramos as melhores amigas mas, como nem tudo na vida é “paz e amor, bicho!”, também brigávamos de vez em quando.Daí eu fui crescendo e as coisas foram mudando. Minha amiga continuou conversando comigo, mas eu comecei a notar algumas coisas estranhas. Primeiro foi a voz dela; era exatamente igual à minha, inclusive sofreu as mesmas mudanças na adolescência. Depois notei que ela se parecia muito comigo, tanto no comportamento como nos “atributos físicos” (eu sempre quis dizer isto!), ou seja, ela era meia louca e feia que nem eu; só que ela costumava refletir, filosofar, e repassava o produto dessas reflexões para mim.Um dia eu fiz algo, ela discordou, e nós brigamos feio . Ela até disse que me mataria, “se pudesse”, e depois disso fomos cada um para o seu lado. Mas ela deu meia volta e me disse: “Ei! Eu não posso ir embora”. Perguntei o motivo, ela disse: “Porque eu te amo! Vamos esquecer essa briga e seguir em frente”. Eu questionei que coisa era aquela de “eu te amo!” (algo meio... estranho demais). Daí ele me disse: “É simples. Eu te amo, porque eu sou você”.Depois disso continuamos amigas, e agora eu tenho muito mais confiança nela. Ela é a minha consciência a refletir sobre os meus atos, e o amor próprio a me fazer sentir que sou importante (pelo menos para nós...). Foi assim que eu entendi que a minha amiga imaginária de sempre sou eu mesmo, ou melhor, é uma parte de mim.

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